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Mais um rabisco da madrugada



Agora são meia-noite e 44 minutos

Já não é mais sexta-feira

E me sinto tão só, mas tão só

Como é injusta essa vida

De dar e tomar

Eu estava tão bem, mas tão bem

E agora não mais me reconheço.

Minha cabeça, está uma loucura 

O único jeito de suprir esses pensamentos, é trabalhando e estudando, pesquisando arquivos científicos chatos, mas tão necessários

Preciso me ocupar

Não posso me distrair.

Vontade de excluir tudo o que me distrai

Vontade de me “casular” para sempre

Será que isso vai passar?

Odeio ficar atoa e rever fotografias

Odeio ter vontade de arquivar tudo e sumir

Odeio ter vontade de esquecer tudo e seguir em frente

Parece que estou traindo tudo o que um dia eu amei e dediquei

Parece que todo o meu esforço foi em vão, jogado no lixo, jogado ao chão 

Sei que dizem que sou jovem e cheia de oportunidades pela frente

Mas, estou exausta 

Eu amo demais, me entrego demais, me doou demais

Não quero perder mais ninguém

Tenho medo

Só isso

Sou uma puta medrosa do caralho que finge ser forte o tempo todo

Finjo não ligar

Mas estou destroçada por dentro

Junto meus cacos dia após dia, e às vezes as peças se soltam 

E esse medo que me cerca...

Só preciso ocupar a minha mente.


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Mana, pega o cachorro.

Ela sai de casa quando os pais brigam, outra vez. Agarra o cachorro e convida a irmã caçula para ir também. Uma ou duas voltas no quarteirão Quem sabe é o prazo para a brigar terminar? Pedindo a Deus por socorro ou melhor se aulas voltar? Casa bagunçada, vidros pelo chão   Cada uma arruma de um lado,  enquanto descansa o bicho-papão.   Choro e sangue mais uma vez.   Arranhões e gritos de socorro Carros de polícia, não é novidade Eles veem e voltam, não importa a gravidade. Mas não vai dar nada, como sempre, ela sabe. Alguns dias felizes, pazes feitas e promessas restauradas.   Quando será a próxima vez, da jogada na cara? Música alta, filmes e pipoca Churrasco em família, com coca e farofa   Comida amanhecida, no copo tem mosquito Será que minha irmã também percebe que tem algo esquisito? Ela pensa em voz alta, não é possível, de novo?  Isso p arece com um ciclo vicioso. Vamos mana, se arrume e p ega o cachorro Pois lá vamos nós, Pfff!, de novo.

Não se esqueça disso, por favor!

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