Ela sai de casa quando os pais brigam, outra vez.
Agarra o cachorro e convida a irmã caçula para ir também.
Uma ou duas voltas no quarteirão
Quem sabe é o prazo para a brigar terminar?
Pedindo a Deus por socorro ou melhor se aulas voltar?
Casa bagunçada, vidros pelo chão
Cada uma arruma de um lado, enquanto descansa o bicho-papão.
Choro e sangue mais uma vez.
Arranhões e gritos de socorro
Carros de polícia, não é novidade
Eles veem e voltam, não importa a gravidade.
Mas não vai dar nada, como sempre, ela sabe.
Alguns dias felizes, pazes feitas e promessas restauradas.
Quando será a próxima vez, da jogada na cara?
Música alta, filmes e pipoca
Churrasco em família, com coca e farofa
Comida amanhecida, no copo tem mosquito
Será que minha irmã também percebe que tem algo esquisito?
Ela pensa em voz alta, não é possível, de novo?
Isso parece com um ciclo vicioso.
Vamos mana, se arrume e pega o cachorro
Pois lá vamos nós, Pfff!, de novo.
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